A ansiedade atinge não só boa parte da população adulta, como cada vez mais crianças e jovens.
E para eles, os sintomas possuem impacto direto no processo de aprendizagem.
Já tentou concentrar-se em algo quando está ansioso ou preocupado? A nossa capacidade de atenção fica, drasticamente, reduzida nestas ocasiões.
Mas, quais são os principais fatores que aumentam a ansiedade em crianças e jovens? Vamos explicá-los e detalhá-los no artigo de hoje.
Ansiedade: Um dos principais vilões da aprendizagem na atualidade
Comumente associada à vida adulta, a ansiedade pode manifestar-se também nos mais pequenos e os fatores que podem causar este sentimento na infância são muitos.
É preciso antes desmistificar a crença de que o stress e a ansiedade são sentimentos prejudiciais.
O stress é uma reação natural desencadeada pelo corpo quando nos deparamos com algum tipo de ameaça.
A ansiedade, por sua vez, representa o sentimento de medo desta ameaça.
Assim, o stress e a ansiedade foram fundamentais para a sobrevivência e evolução do ser humano.
O que acontece é que, atualmente, não temos que nos preocupar com ameaças de predadores.
Portanto, os dois sentimentos deixaram de ser algo instintivo, transformando-se em patologias relacionadas com o estilo de vida moderno.
O avanço da tecnologia possui grande impacto neste sentido. Isto porque estamos sempre a ser bombardeados com informações, publicidades, etc.
De modo a proporcionar um maior esclarecimento aos pais sobre o assunto, apresentamos-lhe os principais fatores que causam ansiedade em crianças e jovens.
1 – Uso de tecnologias
É inegável que o avanço tecnológico nos proporciona muitas facilidades. Não nos conseguimos imaginar sequer a viver sem internet.
Contudo, é um facto que o uso exagerado das tecnologias é um grande fator que gera ansiedade.
Estar constantemente agarrado ao telemóvel, a verificar notificações de redes sociais, notícias ou simplesmente a navegar na internet, altera o nosso comportamento.
E as crianças têm acesso às tecnologias cada vez mais cedo. Não é preciso privá-las dos gadgets e equipamentos eletrónicos.
Porém, os pais devem sim exercer um controlo rígido sobre o tempo em que é permitido utilizá-los.
2 – Competitividade
Vivemos numa era extremamente competitiva. São cada vez mais os profissionais a disputar de um espaço no mercado de trabalho.
Por isso, a necessidade de se destacarem ou serem os melhores pode começar ainda na fase escolar.
A pressão por boas notas e bom desempenho académico, e até mesmo a escolha da carreira, pode desencadear a ansiedade especialmente em jovens.
Geralmente, a pressão é exercida pela própria família, que cria expectativas em relação ao futuro.
O diálogo é sempre o melhor caminho. Ofereça suporte ao seu filho, mas não o obrigue a tomar decisões se este não se sente seguro.
3 – Bullying
O termo bullying é utilizado para definir comportamentos de agressividade física ou verbal, que ocorrem de forma contínua ao longo do tempo.
São formas de bullying: a humilhação, os insultos, as agressões físicas e emocionais.
Estas são comumente cometidas contra crianças e jovens em idade escolar, e que podem comprometer tanto a saúde física como a mental.
As consequências para os pequenos que sofrem este tipo de agressões podem gerar marcas irreversíveis.
Isto porque interferem diretamente na construção da identidade da criança e afetam, negativamente, as suas relações afetivas e sociais.
Se detetar mudanças no comportamento do seu filho ou ansiedade no momento de ir para a escola, é recomendado perceber o que está a acontecer.
4 – Aprovação social
Durante os anos de vida escolar é formado um círculo de relacionamentos e amizades. Contudo, muitas crianças e jovens têm dificuldade de se encaixar num grupo.
A necessidade de aprovação social ou de se encaixar em determinados padrões podem também ser fatores que desencadeiam a ansiedade.
O apoio familiar é muito importante para ajudar as crianças e jovens que passam por algum destes problemas.
Em casos mais graves, é interessante considerar mesmo a terapia para ajudá-los a lidar com estas questões, sem prejudicar a aprendizagem e desempenho escolar.